26 abril 2008

Reduções Jesuíticas em SG?


O munícipio de São Gabriel embora baldio até o final do séc 18, foi de fato compreendido no das missões orientais.
No tempo da administração dos jesuítas, tiveram eles duas estâncias importantes, na vastíssima campanha à margem esquerda do Ibicuí, e foram: Santa Tecla, envolvendo o solo da atual cidade de Bagé e arredores, em campos hoje de Alegrete.
Entre aquelas e a estância de São Vicente, ficava encravado o terreno deserto que, pelo correr dos tempos, constitui o município.
Era, ao longo de suas vastas campinas, o caminho preciso desde São Vicente, ou desde a estância de São Luís, no território do atual município de Alegrete, até a estância de Santa Tecla, bem como desta houvessem de regressar para qualquer das antigas reduções.
Hoje mesmo quem quiser ir a Alegrete, de São Vicente ou de Santa Maria ( em cujo território existiu a antiga estância de São Pedro Mártir), não há outro caminho para Bagé, a não ser através da campanha de São Gabriel.
Ouvimos dizer que nessa campanha também existiu uma estância pertencente aos povos missioneiros.

Nos anais do Viscnde de São Leopoldo (2ª ed. pg. 198,199) que em 1801, três meses antes da conquista das missões , Dom Félix de Azara, de ordem do Vice-Rei de Buenos Aires, Marquês d'Avillés, fundou á base do cerro do Batovi, uma vila denominada São Gabriel, com os colonos espanhóis destinados à Patagônia. Esse núcleo, assim da vila como da campanha, foi dispersado pelas forças conquistadoras das missões e territírio ao Sul do Ibicuí.
Consta-nos e é tradição que no próprio local da atual cidade, fundou-se uma aldeia de índios Guaranis.
Ninguém sabe ao certo como foi fundada essa aldeia, quem a dirigiu e por quanto tempo, mas a população indígena dispersou-se logo que a população branca começou a apropriar-se da localidade.
Devemos aos nossos exames e indagações, o saber como começou o povoamento pela força que ainda hoje predomina.
Do livro:
As missões orientais e seus antigos domínios.

01 abril 2008

Esse eu encontrei!!!!

Talvez vocês já conheçam. Trata-se de um texto de um educador polonês chamado Janusz Korzak, que morreu na câmara de gás com seus pequenos alunos durante o regime nazista na Alemanha.
"...Tu dizes: "Meu Filho". Não é o filho comum: da mãe, do pai, dos avós e trisavôs. É um "eu" longínquo que dormia numa família de antepassados. É a voz de uma sepultura carcomida e há muito esquecida, que subitamente se faz ouvir através do teu filho.
Há trezentos anos, em tempo de guerra ou de paz, alguém possuiu alguém no caleidoscópio de raças, povos e classes entrecruzadas: com consentimento ou à força, num instante de terror ou de embriagues amorosa, por traição ou sedução. Quem e quando ninguém sabe, mas Deus inscreveu-o no livro do destino e o antropologista esforça-se por o decifrar à partir da forma do crânio e da cor dos cabelos.
Pode acontecer que uma criança sensível imagine ser, na casa de seus pais, uma criança encontrada. Não se engana totalmente: quem o gerou morreu há mais de um século. A criança é um pergaminho inteiramente preenchida por hieróglifos minúsculos, dos quais apenas decifraremos uma parte. Tu conseguira apagar alguns ou sublinhar outros, a fim de nele introduzires o teu próprio texto. Terrível como lei. Terrível, mas belo.
É ele quem fará de cada um dos teus filhos o primeiro elo da imortal cadeia de gerações. Tenta procurar nessa criança, que é e não é tua, essa parcela adormecida que constitui a sua identidade. Talvez saibas encontrá-la, talvez saibas desenvolvê-la.
A criança e o infinito. A criança e a eternidade. A criança, um grão de poeira no espaço. A criança, um momento no tempo...."