30 março 2013

As Paredes Bicentenárias

(trecho do livro: 2002, Lendas, Causos e Assombrações; autor: Osório Santana Figueiredo, pág. 129)

Quem vai de São Gabriel ao Suspiro ou ao "Passso das Mercedes", no Rio Jaguari, obrigatoriamente passará em frente as lendárias paredes, vetusta construção de pedras à beira do corredor, situada na propriedade do senhor Homero Rodrigues Dias.

Sua origem está ligada à guerra provincial de 1801, quando da expulsão dos espanhóis que haviam fundado uma povoação em 1800, denominada "Capela do Batovi", ou, simplesmente, "São Gabriel do Batovi', numa coxilha rasa não muito longe da margem direita do rio Jaguari.
Nessa época, foram distribuídas sesmarias de terras aos  oficiais e praças que haviam se distinguido na campanha militar. Coube ao Capitão Marcelino Ferreira do Amaral uma sobra dessas sesmarias, onde construiu uma casa de pedras e passou a morar com a família..
No ano de 1843, viera a falecer deixando uma filha de nome Floripa. Não conseguimos saber de outros filhos. Ela casou-se com o patriarca da tradicional família Freitas, do Batovi. Por essa ocasião, ele mudara-se com a família para outra parte dessa estância, no alto, próximo à coxilha da Vigia, onde existe ainda uma invernada com o nome Floripa.
Foi a partir desse ano que virou tapera. E as avoengas paredes se tornaram lendárias e misteriosas. (...)

Outra publicação sobre as "Paredes": http://vivasaogabriel.blogspot.com.br/2012/11/as-paredes-do-corredor-da-ferrugem.html