09 junho 2012















Agora sim dislanchô, graças ao familysearch.org

Assombração

Conheço um coração, tapera escura,
Casa assombrada, onde andam penitentes
Sombras e ecos de amor, e em que perdura
A saudade, presença dos ausentes.


Evadidos da paz da sepultura, 
Num talatar de tíbias e dentes,
Revivem os fantasmas da ternura,
Arrastando sudários e correntes.


Rangem os gonzos no bater das portas,
E os corredores enchem-se de prantos...
Um mundo de avejões do chão se eleva,


Ressuscitado pelas horas mortas:
Frios abraços gemem pelos cantos,
Beijos defuntos fogem pela treva.


Olavo Bilac "poesias"